Durante os dois primeiros dias da 65ª ExpoTupã, no Salão Multi, a coordenadora de Empreendedorismo e Inovação da Unijuí, Maria Odete, participou do Painel de Inovação e compartilhou experiências e projetos desenvolvidos a partir da universidade com impacto direto no agronegócio e na vida dos produtores rurais.
Graduada em Contabilidade e especialista em Contabilidade Gerencial, Maria Odet atua há 20 anos na Unijuí, sendo há 18 coordenadora da área de empreendedorismo. Entre os projetos citados, destacou o Projeto Criatec – incubadora de empresas que tem por objetivo transformar conhecimento acadêmico em novos negócios – e um sistema corporativo de inovação aberta que conecta empresas a profissionais e laboratórios capazes de oferecer soluções práticas para seus desafios.
Um dos cases apresentados no painel foi o desenvolvimento de uma estação meteorológica voltada ao uso no meio rural. A tecnologia surgiu a partir da observação de que faltavam informações específicas sobre o clima disponíveis para os produtores, especialmente na hora de tomar decisões como o melhor momento para aplicar defensivos agrícolas.
Segundo Maria Odete, a iniciativa partiu de um pesquisador que “estudou muito essa questão do clima” e criou uma ferramenta capaz de medir dados como direção do vento, quantidade de chuva e umidade do solo. As informações são acessadas via celular, permitindo ao produtor ajustar suas ações de acordo com as condições mais adequadas:
“Agora posso aplicar determinado produto; não, agora o vento está numa condição que não é favorável, vou perder muito produto”.
A coordenadora destacou que um dos princípios da incubadora é incentivar a criação de soluções baseadas em problemas reais:
“A gente estimula muito: vai olhar, vai ver se realmente é um problema e se as pessoas estão dispostas a pagar para resolvê-lo, porque senão nem adianta tu criar o negócio”.
Maria Odete lembrou ainda que o desenvolvimento da tecnologia é um processo contínuo. A estação meteorológica já está na quinta versão, com melhorias no design, nos materiais e na conectividade. O equipamento transmite dados via rede LoRa ou fibra óptica, e hoje pode ser utilizado em diversas propriedades que já contam com acesso à internet no campo.
“Se tu não estiver vergonha do primeiro protótipo, tu não fez certo”, brincou, destacando a importância de testar na prática o que se desenvolve nos laboratórios.