O assunto sobre Espectro Autista não me era estranho, visto que, quando passamos pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura, sempre se ouvia muito sobre estas questões, hoje muito presente e debatida, principalmente nas escolas, pois, independentemente do grau do transtorno do espectro autista ou das necessidades específicas do aluno, lhe é assegurado o direito de frequentar a escola
No dia 12 de maio deste ano, data que se iniciou a Semana Nacional dos Museus, o nosso, Dr. Hélio Franco Fernandes, promoveu uma ação com a Associação das Famílias Atípicas de Tupanciretã, um evento voltado as próprias famílias e monitores de escolas. Perdeu muito quem não compareceu e não assistiu um grande “spoiler” sobre este drama humano, muito bem ministrado pela amiga e Terapeuta Ocupacional “Liése Santos”.
Que ainda brindou a todos, com uma bela apresentação, que eu diria, “Uma quebra de Tabu” pelo simpático menino Arthur Boglio, aluno da Escola Divino Mestre. A equipe Disciplinar da SME também esteve presente e foi valiosa esta parceria.
Previsibilidade foi uma palavra muito pronunciada, o Museu já pediu a aquisição de abafadores usados por alguns autistas e disponibilizará aos visitantes o farto material ilustrativo educativo doado, com boas e importantes dicas a serem usadas e que sobremaneira deixará as situações mais amenas e melhor na convivência e inclusão por ocasião dessas presenças no local.
Mas o que realmente quero te dizer de todo o coração estimado leitor, você tendo ou não, alguma ligação ou conhecimento com crianças autista, não deixe de assistir ao vivo ou depois, um programa que passa no Fantástico chamado PODE PERGUNTAR. Tem a coordenação da Psiquiatra e Especialista em Espectro Autismo DANIELA BORDINI da UNIVESP.
Olha que lindo, acho que são uns trinta (30) jovens com Espectro Autista, muito inteligentes, desinibidos, simpáticos, bem resolvidos, elegantes, felizes e estudados, que perguntam ao entrevistado do dia. Perguntas sinceras e sem censura, e eles as fazem mesmo, foi assim com a atriz Vera Ficher e com o Cantor Francisco o SEU JORGE que eu já admirava, porém, depois desta entrevista, sou FÂNZAÇO, por tudo que foi descoberto através das interpretações e questionamentos dos alunos Autistas, e entre eles artistas, cantores. Agora sei que SEU JORGE é da baixada Fluminense no Rio de Janeiro, 55 anos, 4 filhos, teve uma família simples mas muito unida, seu pai todos os dias lhe dizia “Eu amo você”.
Começou a cantar com 19 anos, morou na rua, perdeu irmão para o crime, teve alguns lhe ajudaram, inclusive um doando o primeiro violão. E ele tem um filho com o nome de (Samba) Samba Jorge Barbiere da Silva, que deu a maior encrenca para ser registrado pelo cartório civil...Falou das dificultadas que teve na vida, acha que a questão do Racismo também lhe questionada é uma Luta não acabou, foram vencidas apenas algumas batalhas, não reconhecido como SEU JORGE, recebe o tratamento como aos outros negros.
Aconselhou aos alunos a não fumarem e beberem, também foi revelado pelos alunos a questão do fazer TRICO que é seu robe é já criou muitas gravatas, cachecol e gorros. Um encontro intenso, bonito, com muita sincronicidade, revelações artísticas e intelectuais inimagináveis a jovens autistas. Faço questão de relatar com muito detalhes para que possamos entender o quanto este programa televisivo mostra a capacidade destes alunos, eles sabiam tudo da vida do Seu Jorge, conseguiram uma participação expressiva e notável.
Chego à conclusão que todas as ações nestes sentidos são válidas e necessárias para melhores conhecimentos e convívio com estes IRMÃOS que estão entre nós. PODE PERGUNTAR é um belo exemplo. Força e luta incessante Famílias Atípicas e todos aos demais Setores Municipais envolvidos.
João Cesar Flores / Tupanciretã RS.