Em uma tarde recente, tivemos o prazer de realizar mais uma visita e de conversar com os alunos do EJA-EPT na EMEF Flory Kruel. Agradecemos às professoras Jaquelini Doleys, Ismarina Santos, Lidiane Uebel e, de maneira muito especial e afetuosa, à professora Francisca Fonseca, por confiarem em nosso trabalho e proporcionarem esses encontros tão enriquecedores.
A pauta do encontro foi a reflexão sobre a Abolição da Escravatura, que neste ano completa 137 anos. Trata-se de um tema complexo, que envolve divergências econômicas, culturais e sociais. Sabemos que esse período foi marcado por profunda degradação humana e deixou impactos negativos duradouros na história da humanidade. No Brasil, a escravidão perdurou por 388 anos — e os efeitos dessa desigualdade ainda são sentidos até hoje.
A exposição dos trabalhos de pintura, poesia, música e encenação foi especialmente significativa. Observamos que, entre os dezoito presentes, quinze eram brancos e apenas três podiam ser considerados negros. Essa disparidade é reflexo de uma realidade ainda presente em diversos espaços: no mercado de trabalho, em repartições públicas, na saúde, na educação e nas empresas. Onde estão os negros? Essa pergunta nos leva a refletir sobre a real igualdade de oportunidades.
O cantor Seu Jorge, negro e amplamente reconhecido, afirmou em um programa de televisão: “O racismo continua. Se não sou reconhecido como famoso, sofro os mesmos preconceitos. Mas estamos avançando e já ganhamos várias batalhas.” Essa frase resume bem a luta contra o racismo e a importância de seguirmos trabalhando por uma sociedade mais justa.
A recente notícia sobre o aumento do percentual de vagas para negros e outras etnias em concursos públicos federais é um avanço importante rumo à equidade. A sanção dessa lei é a prova de que ainda há muito a ser feito, mas também é um reconhecimento de que estamos caminhando na direção certa.
Abraços,
João Cesar Flores
Tupanciretã-RS