Após seis anos de interrupção, a ExpoTupã retorna ao calendário regional como símbolo de resistência, reconstrução, valorização cultural e inovação. Superando os efeitos da crise econômica, das catástrofes climáticas e da pandemia de Covid-19, a feira reafirma seu papel como um dos eventos mais tradicionais e renovados do Rio Grande do Sul.

Mais do que um espaço de negócios, a ExpoTupã é uma feira multissetorial: reúne o agronegócio, o comércio, o artesanato, a cultura, o entretenimento e o debate político. Sua realização no Parque de Exposições Coronel Marcial Gonçalves Terra representa um reencontro entre o passado e o presente, um resgate histórico que conecta gerações e celebra a identidade da Terra da Mãe de Deus, ao mesmo tempo em que aposta em inovação e novas tecnologias para potencializar o desenvolvimento regional.

As críticas são parte do processo democrático e devem ser ouvidas. No entanto, é necessário considerar o impacto social e econômico gerado por um evento dessa magnitude. Estudantes e idosos pagaram valores acessíveis para ingressar ao parque; trabalhadores temporários — pintores, seguranças, cozinheiras, eletricistas, auxiliares, músicos, cozinheiros, garçons etc — encontraram ali uma fonte de renda. A feira movimentou a economia local de maneira solidária, refletindo a importância de iniciativas que vão além do entretenimento e manifestações políticas.

Um momento marcante do evento foi a presença de duas senhoras que vendiam algodão-doce na saída do parque. Apesar das dificuldades e das críticas que possam existir, elas seguiram firmes, focadas em seu trabalho e sustentando suas famílias por meio da feira. Essa cena ilustra o verdadeiro significado da ExpoTupã para muitas pessoas: uma economia solidária e uma oportunidade concreta para ganhar dinheiro.

A ExpoTupã não pertence a um grupo específico, tampouco é um privilégio de poucos. É fruto da união de esforços entre o poder público, o Sindicato Rural e a comunidade, que participou ativamente da construção e do sucesso do evento. Mais do que uma feira, trata-se de um patrimônio cultural, econômico e tecnológico do município.

Diante disso, é preciso reconhecer que manter viva a ExpoTupã não é apenas uma decisão administrativa, mas um compromisso coletivo com o desenvolvimento local, sustentável e inovador.

Que no próximo ano, seu principal ator — o povo — siga frequentando o centenário Parque e que mais incentivos possam atingir todas as classes. Que a ExpoTupã retorne ao seu máximo potencial, aliando tradição e inovação, e que o agronegócio recupere sua plena capacidade de gerar riqueza.

Vida longa à ExpoTupã.