O sonho de ser jogador não engloba somente a vontade do atleta, que desde a base precisa dedicar-se ao ofício do futebol, as famílias também precisam mudar os rumos e migrarem com os filhos na busca do objetivo. Marcio Almeida, 47 anos, mudou de atividade e cidade, natural de Tupanciretã foi criado na localidade de São Bernardo. No ano de 1996 foi morar em Cruz Alta, onde casou e mais tarde, em 06 de junho de 2006, viu o filho jogador de futebol vir ao mundo.  

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• “Não moramos aí, pois desde os quatro anos ele joga futebol, e com 13 anos foi descoberto em Ijuí por um olheiro, mas antes de tudo, ele disputou vários campeonatos por muitos clubes que convidavam e sagrou-se campeão em muitos, inclusive, Copa Dunga, são 4 títulos, e Copa Teutônia; campeão e vice campeão por clubes diferentes, campeão na Argentina. Olha, já tem algum currículo. E aqui no Internacional conquistou um espaço no grupo principal que hoje ele é titular absoluto, tem uma técnica muito avançada meia-atacante, ambidestro, e está chamando a atenção muito da diretoria do Internacional”, responde o pai orgulhoso da história do filho no esporte.  

O jogador da base se chama João Victor Anunciação Batista, mas é chamado de Anunciação, nos gramados. Almeida conta que teve de se reinventar de corretor de cereais, passou a motorista de aplicativo, tudo para poder dar ao filho a oportunidade de vencer na carreira, destacou também a união da família e apoio da equipe. 

• “Hoje com 47 anos, trabalhei sempre como corretor de cereais no ramo agrícola, quando cheguei aqui tive que me reinventar em alguma coisa, hoje com muito orgulho trabalho em aplicativo que aqui não é fácil, não é fácil para a família, para o atleta também não é fácil, mas com o principal quesito pra ir bem é ter a base familiar, pois ali que está o segredo para o atleta estar bem com um bom rendimento e cabeça boa dentro do clube, apesar de que o clube tem um suporte extraordinário tanto com o atleta como com as famílias que acompanham seus filhos, hoje posso dizer com muito orgulho que meu filho tem um suporte muito acima do esperado”, revela Almeida.  

• Promessa tupanciretanense está atuando nas categorias de base do Internacional

O assédio dos empresários é outra importante decisão que precisa ser encarada com seriedade, tudo afim de evitar desgastes e, principalmente, vislumbrar uma carreira estável e promissora, e não somente ver os filhos como moeda de troca. 

•  “Há 1 ano atrás tínhamos muitos empresários atrás de nós, mas soubemos aguardar e foi uma surpresa enorme que hoje temos um dos melhores empresários, conhecido mundialmente, que é André Cury, que é uma das coisas que nós, pais, temos que ter muito cuidado, pois precisamos em primeiro lugar cuidar do projeto de carreira e não almejar ganhos em cima do filho, tem que ter muito cuidado com isso e ter alguém que alavanque e de o suporte que o atleta precisa” disse o pai do atleta de 15 anos.  

Sobre a rotina, Almeida disse que não existem privilégios, e os atletas precisam amadurecer para se manterem focados no objetivo. Além de tudo, a família também precisa mudar hábitos, equilíbrio e ter fé para passar as etapas de formação ao lado dos filhos.  

• “Aqui nada é uma coisa fácil não desde a avaliação a ser aprovado aqui não existe o que muitos dizem tem ajuda de alguém, esquece isso, nem a gente que é  pai tem contato com treinador, preparador físico a não ser com os responsáveis da diretoria quando eles precisam alguma documentação, o menino que sonha em ser um atleta tem que estar muito preparado psicologicamente para seguir essa carreira, pois tem que abrir mão de muitas coisas, se dedicar se manter sempre acima do nível para chegar em uma competição e seu nome aparecer na lista de convocados, trocamos uma vida pra viver tudo isso e Deus é perfeito que hoje olhamos para trás e vimos que falta tão pouco pra alcançar o topo, mas sempre com muita humildade e pés no chão”, encerra o tupanciretanense.