O local não guarda mais àquele clima de desespero que abalou a todos na tarde do último dia 23 de agosto, a sensação agora é de reconstrução, o pátio já está limpo, mas a cor cinza escuro, ainda cobre boa parte do terreno, localizado na rua Antônio Silveira, área Central de Tupanciretã.

Após o triste episódio, muitas pessoas ajudaram com doações e seguem auxiliando nesta fase de construção de uma casa de madeira, pois uma das residências do terreno foi totalmente consumida pelas chamas. 

Na tarde desta segunda-feira (26), um dos moradores reconstruía o assoalho, da nova casa, que está sendo erguida longe da casa vizinha, que foi atingida pelo fogo e teve a parede recuperada, com apoio do Executivo Municipal, que também efetuou a limpeza do entulho.

Porém, a construção de uma nova moradia esbarra na morosidade da burocracia e está sendo feita com apoio da comunidade e o trabalho de amigos, parentes e de um dos moradores, para acelerar a volta ao lar.

Conversamos com uma das proprietárias do imóvel, Rosangela Dutra Bueno, 46 anos, dona de casa, que teve sua casa totalmente queimada, ela mora com a filha, uma neta de três anos e o genro.

A família ainda precisa de fios e tomadas para a parte elétrica, além de material para reconstrução de um banheiro e telhas de brasilit, entre outros itens, como um aparelho celular, pois todos foram queimados. Muitos documentos também precisam ser refeitos.    

A dona de casa lembrou da dificuldade enfrentada, seu estado de saúde, que ficou comprometido na ocasião, sendo necessário atendimento no Hospital de Caridade Brasilina Terra.

"Escutei estalos, e o fogo parece que vinha de baixo para cima no fogão quando atingiu o sofá. Foi um desespero, e o pior que estamos sem água, o que dificultou o combate às chamas,” disse Rosangela.   

A família está com as contas de luz e água cortadas, tendo que contar com a colaboração de vizinhos próximos. 

Como as duas casas eram muito próximas, o espaço para acessar os fundos do terreno limitado, fatores que contribuíram para que um dos cachorros da família morresse carbonizado, não havendo segurança, nem tempo hábil de resgatá-lo com vida. Lembrando, que o combate ao fogo foi possível através da ajuda de populares, que correram perigo ao ajudar no momento do sinistro.

“Não dava tempo, as duas casas pegando fogo, teve muita gente dizendo que não cuidamos dos cachorros, mas a gente cuida sim. Mas a gente agradece a todos que ajudaram e ainda estão ajudando,” finalizou a dona de casa.

Enquanto a casa não fica pronta, a família divide espaço com a irmã de Rosangela, que mora ao lado, na casa já recuperada.